Vamos acender pavios!

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vela com pavio acesoSe a escola de hoje funcionasse como uma potencializadora das habilidades do sujeito, se valorizasse seus saberes, se fosse uma escola que tivesse como foco de sua proposta uma educação centrada não no ensino, mas na aprendizagem, ela seria um verdadeiro acendedor de pavios. Mas uma escola em que ainda se utiliza de expressões como “o professor está lá pra ensinar” e “o aluno está na escola pra aprender”, revela e reforça ainda mais um modelo de educação e de escola que paradoxalmente adentra o século XXI obsoleta. Quando reafirmamos o papel da escola em ensinar, nos fechamos para a escuta do aluno e reproduzimos um modelo educacional conteudista, tecnicista, que nos prepara para o mercado, mas não para intervir nele. Modelo este que foi projetado para preparar o nosso proletariado, mas que ironicamente acabou por ser adotado pelas escolas particulares frequentadas por uma pequena elite. Sim, somos privilegiados! Nesse modelo, o uso do termo “aluno”, só reforça aquilo que venho afirmando, pois este termo traz em si o significado de “sem luz, aquele que não tem luz”, ou seja, aluno é aquele sobre o qual o professor deve lançar todo seu conhecimento, iluminando suas mentes, colocando o aluno numa atitude passiva, de quem se enche de conteúdo, de informação transmitida pelo professor, mas em sua maioria desconectada com a vida e com a realidade do educando, ao invés de construir esse conhecimento junto ao professor, que no processo de ensino – aprendizagem de uma escola que se quer reflexiva e crítica, deveria atuar como um mediador.

Através de uma educação emancipadora, valorizadora do sujeito, da autonomia, permitiríamos nesse processo que a luz de cada um brilhasse. E quando permitimos que nossa luz brilhe, damos permissão ao outro para que a luz dele brilhe também e que seu saber, como um ser integral, seja valorizado, já que é mais do que sabido que nem tudo se aprende na escola.

Mas a escola, nos moldes em que se apresenta hoje, se revela como um cuspe no dedo, que vai um a um, apagando os nossos pavios.

Sejamos luz!

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